
Este ano foi diferente. Foi o mais diferente de todas as 6 ou 7 edições que tive oportunidade de participar. Não pela sua singularidade mas pela maneira como evoluiu toda a sua essência. Não que os workshops e os andantes fossem distintos de todos os outros mas porque simplesmente todo o espírito parece ter-se volatilizado.
Com o evoluir da dimensão e a ideia de arrecadar dinheiro fácil, foi estabelecida e elevada a conceito basilar desta edição, um regime de acesso ao parque de campismo simplesmente ridículo e de pura obrigatoriedade com contrapartida monetária.
Como tudo o que é bom acaba rápido, o característico espírito pacato, familiar e de grande união foi eclipsado por uma organização determinada a arrecadar grandes dizimas aos andantes. Nesta edição, para se poder frequentar o campismo, a “ Pé-de-Xumbo” obrigava a que pelo menos o ingresso para o baile fosse adquirido. Apesar de ninguém fazer intenções de nada contribuir ou participar nas actividades esta obrigatoriedade pareceu-me desadequada, simplesmente pelo facto de os ingressos só se fazerem vender após as 7 da tarde, o que naturalmente impedia o acesso aos nossos pertences até a essa hora! Para agravar ainda mais a tão desnecessária obrigação, porque quem se estabelece no campismo do Andanças naturalmente não está lá só para ouvir os pássaros a cantar, a organização colocara nos balcões de informações e serviços, pessoas incompetentes e declaradamente com falta de inteligência, várias vezes comprovada por mim! Isto só acontece com “pitas” e “murcões” que a troco de uma pulseira de acesso ilimitado, mostravam que faziam as funções designadas pela organização, ou pelos menos pensavam eles, e elas... A isto lhe chamavam de voluntariado!!! Bom não querendo mostrar nisto uma regra, o facto é que há sempre excepções, raras claro... no pior do andanças 2006...
O melhor ... e depois de ultrapassadas as intransigências , consegui encontrar o motivo e a essência do Andanças que me agarraram para continuar a estar e dançar.
A viagem até Carvalhais foi agradável como sempre, e também como sempre as paragens obrigatórias para remarcar o território abandonado anualmente. A Praia Fluvial do Vau foi mote de grandes brincadeiras aquáticas, fotos e uma boa jantarada, apreciando os petiscos do Bar da Praia.

Por entre a penumbra do monte e escondido pela negro da noite, surge uma personagem tipicamente rural, qual “jet-set” beirão, que a troco de histórias e das prometidas pipas nos cativou e distraiu sempre dentro do espírito festivaleiro. Depois de varias peripécias o “Compadre Alentejano” proporcionou-nos um momento fotográfico digno de álbum! Todos entraram nas brincadeiras e esta foto demonstra como bem recebemos e fomos recebidos por esta personagem.

Seguindo viagem, na noite galopante, reconstruí o meu efémero lar e preparava-me para uma grande noite de bailarico e copos. As hostilidades abriram-se...

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O calor do verão ajudou-me a procurar sombra, e ajudou-me a descobrir novas Andanças dentro das andanças. Por entre mercados e mercantis, encontrei a magia dos instrumentos tibetanos, australianos e orientais, um pedaço de mundo ao meu alcance. Para muitos andantes, esse pedaço era comprado, principalmente por mulheres, que a troco de 20euros e 10 minutos ouviam o “Xamã” e agarravam o ele lhes segredava. A fila era interminável !!! A eterna curiosidade e intriguisse feminina!

Este Festival foi-me curto porque havia necessidade de renovar marmitas e procurar novo poiso para a minha efémera casa. Mas por entre muitas peripécias e aventuras à descoberta de novos mundos, fica um apreço especial para a cidade de S. Pedro do Sul.

Diogo Paiva
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